quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Soneto: A Roda do Amor

Até quando aguentarei a lembrança
Daquele alagamento dos meus seios
Vindo dos frios minérios dos teus veios
Da indiferença tua - homem sem dança?

Ó perdida! Suportarei tua lança
A cravar-se áspera em tolos anseios
Rosados - oferenda a um deus - e esteios
Aos meus malogros d'esperança?

De noites de negrume a dias noturnos
Esta mulher em pesadelos diurnos
Se transformando...  punhado de nada...

Vai... E as perguntas tétricas trocam turnos
Torturando o torso ao som de noturnos...
- É a Roda do Amor... ó morte calada!




Obs: Antes que desinformados e irreverentes de plantão teçam troças sobre nós, lembramos que este soneto faz referência a 'cantiga de amigo'. Daí porque é em voz feminina. Talvez não fosse preciso explicar mas, na dúvida, deixo o link:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_de_amigo

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